Trégua entre Irã e Israel desmorona em horas e Trump repreende Netanyahu
- Categoria: GUERRA
- Publicação: 25/06/2025 08:08

O que inicialmente parecia ser uma trégua histórica entre Irã e Israel rapidamente se transformou em uma nova rodada de ameaças e acusações mútuas, reacendendo as tensões no Oriente Médio. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reagiu com dureza e frustração, chegando a usar palavrões ao comentar a conduta do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, após o anúncio do cessar-fogo mediado por Washington.
“Nós basicamente temos dois países que têm lutado há tanto tempo, e tão duramente, que eles não sabem que porra estão fazendo”, disse Trump em conversa com jornalistas na manhã desta terça-feira (24), antes de embarcar rumo à cúpula da OTAN, na Holanda. Suas críticas mais contundentes foram dirigidas a Israel, que, segundo ele, violou o espírito do acordo ao lançar uma ofensiva aérea logo após o cessar-fogo ser anunciado.
“Eu preciso fazer Israel se acalmar. Assim que aceitaram o acordo, eles vieram e lançaram um monte de bombas — a maior carga que já vimos. Algo que eu nunca tinha presenciado antes”, afirmou, visivelmente irritado com Netanyahu.
A declaração ecoa o conteúdo de um post anterior de Trump na rede Truth Social, onde ele escreveu:
“Israel. Não lance essas bombas. Se fizer isso, será uma grande violação. Traga seus pilotos para casa, agora!”
A publicação gerou forte repercussão e, segundo fontes diplomáticas americanas, pressionou o governo israelense a recuar temporariamente de uma nova ofensiva planejada. Netanyahu teria ordenado a suspensão da operação aérea após diálogo direto com representantes da Casa Branca.
Trégua fragilizada e novas acusações
O cessar-fogo, anunciado com pompa no início da semana, durou pouco. Poucas horas após o anúncio, Teerã acusou Israel de conduzir ataques furtivos contra instalações militares no oeste do Irã — acusação negada por Tel Aviv. Em resposta, Israel alegou que o Irã teria violado o acordo ao lançar mísseis contra posições israelenses nas Colinas de Golã e prometeu reagir com “força total”.
Em nota veiculada pela mídia estatal iraniana, o presidente do Irã, Masoud Pezeshkian, negou qualquer ataque e reiterou o compromisso com o cessar-fogo, desde que respeitado por todas as partes:
“Se o regime sionista não violar o cessar-fogo, o Irã também não violará.”
Trump tenta reafirmar protagonismo: “Destruímos tudo, e paramos a guerra”
Em meio à crescente tensão, Trump voltou à rede Truth Social na tarde de segunda-feira (23) para tentar reafirmar o papel de seu governo como mediador da crise e autor de uma suposta "vitória":
“Tanto Israel quanto Irã desejam parar a guerra! Foi uma grande satisfação destruir TODAS as instalações e capacidades nucleares e, então, PARAR A GUERRA!”
O tom da publicação, no entanto, gerou confusão entre analistas e líderes internacionais, já que não há confirmação independente de que todas as capacidades nucleares iranianas tenham sido de fato destruídas. Autoridades do Departamento de Estado americano evitaram comentar diretamente a declaração do presidente, enquanto fontes ligadas ao Pentágono sugeriram que “ações táticas pontuais” podem ter ocorrido, mas sem grandes impactos estratégicos confirmados.
Israel retoma foco em Gaza: “A guerra continua”
Após os episódios envolvendo o Irã, o governo israelense comunicou à imprensa local que, com o cessar-fogo em vigor, retomaria o foco total das operações militares na Faixa de Gaza, onde já foram mortos mais de 56 mil palestinos desde outubro de 2023, segundo dados do Ministério da Saúde de Gaza.
O anúncio gerou fortes reações da comunidade internacional, que tem cobrado respostas firmes ao que muitos já classificam como genocídio em curso. A intensificação da campanha militar em Gaza, em paralelo à instabilidade nas relações com o Irã, coloca o governo Netanyahu sob crescente pressão — tanto interna quanto externa.
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