Ataque suicida em igreja de Damasco deixa ao menos 20 mortos e mais de 50 feridos; Estado Islâmico reivindica autoria
- Categoria: ATENTADO TERRORISTA
- Publicação: 23/06/2025 08:07

A capital da Síria, Damasco, foi palco de um dos ataques mais letais dos últimos anos na manhã de domingo, 22 de junho. Um atentado suicida durante uma missa na Igreja Mar Elias, no bairro de Dweila — uma área majoritariamente cristã — deixou pelo menos 20 mortos e mais de 50 feridos, de acordo com o Ministério do Interior sírio e o Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH).
O agressor, identificado como um militante do grupo terrorista Estado Islâmico (EI), teria entrado no templo disfarçado de fiel. Durante a celebração religiosa, ele abriu fogo contra os presentes e, em seguida, acionou os explosivos que carregava em um colete preso ao corpo. A explosão causou grande destruição no interior da igreja, atingindo em cheio os bancos onde fiéis, entre eles mulheres, idosos e crianças, assistiam à missa dominical.
Vídeos e imagens que circulam nas redes sociais mostram cenas dramáticas: bancos destruídos, corpos estendidos entre os escombros, e equipes de resgate trabalhando sob forte tensão para evacuar os feridos. A explosão também danificou casas e lojas próximas, aumentando o número de vítimas indiretas.
Este foi o primeiro ataque suicida em Damasco em pelo menos quatro anos, período durante o qual a cidade vivia relativa estabilidade após intensas campanhas militares do governo sírio com apoio russo para retomar o controle de áreas anteriormente dominadas por rebeldes e extremistas. O retorno de atentados desse tipo reacende o temor de uma nova escalada de violência na capital.
Poucas horas após o atentado, o grupo Estado Islâmico reivindicou a autoria do ataque por meio de seus canais de propaganda. Segundo o comunicado, a ação teria como objetivo “atingir cristãos e seus aliados do regime sírio”. Analistas apontam que o atentado pode representar uma tentativa do EI de reconquistar visibilidade após anos de enfraquecimento militar no território sírio.
Em pronunciamento oficial, o governo sírio condenou o ataque, chamando-o de “covarde e bárbara agressão contra inocentes”. O presidente Bashar al-Assad ordenou o reforço das medidas de segurança em igrejas, mercados e locais públicos de grande circulação. Forças de segurança também realizaram prisões em bairros adjacentes a Dweila em busca de possíveis cúmplices.
Organizações humanitárias e religiosas ao redor do mundo expressaram solidariedade às vítimas e condenaram a escalada de ataques contra civis. O Patriarcado Ortodoxo Grego de Antioquia, uma das maiores instituições cristãs da região, pediu proteção internacional às minorias religiosas e instou a comunidade internacional a agir para impedir que a Síria volte a mergulhar no caos.
O número de mortos pode aumentar nas próximas horas, já que vários dos feridos estão em estado crítico. Hospitais da capital emitiram pedidos de doação de sangue, e voluntários têm se mobilizado para atender às famílias afetadas.
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