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Museu Goeldi descarta gripe aviária e retoma visitação pública

  • Categoria: SAÚDE
  • Publicação: 17/06/2025 08:20

Após dias de apreensão e medidas de contenção sanitária, o Museu Paraense Emílio Goeldi confirmou que a morte de uma das aves mais emblemáticas de seu Parque Zoobotânico não foi causada pelo vírus da gripe aviária. O laudo técnico foi divulgado nesta segunda-feira (16) pela Agência de Defesa Agropecuária do Pará (Adepará), que identificou como causa da morte um quadro de broncopneumonia aguda.

A ave em questão era uma fêmea de mutum-cavalo (Pauxi tuberosa), uma espécie nativa da Amazônia que vivia há quase três décadas no parque, sendo considerada uma das moradoras mais antigas e queridas do espaço. Diante da suspeita inicial de infecção pelo vírus H5N1 — causador da gripe aviária — a administração do museu adotou uma série de medidas preventivas, incluindo o fechamento temporário da visitação pública e a testagem de outras aves que dividiam o mesmo ambiente. Todos os exames deram negativo para o vírus.

Com o risco sanitário descartado, o Museu Goeldi anunciou a reabertura do Parque Zoobotânico para o público a partir desta quarta-feira (18), às 9h. O funcionamento seguirá o horário habitual: de quarta a domingo, das 9h às 16h, com bilheteria até as 15h.

Apesar do alívio, a instituição reforça que continuará a cumprir os protocolos definidos pelo decreto estadual que declarou emergência zoossanitária no Pará, diante dos casos registrados em outras regiões. Como precaução, permanece suspenso o recebimento de novos animais silvestres, sejam aves ou mamíferos.

Uma perda simbólica para o Museu e para a Amazônia

O mutum-cavalo é uma espécie de grande porte, característica da Amazônia meridional, com ocorrência registrada no Brasil, Peru, Bolívia e Colômbia. Medindo até 90 centímetros de altura e podendo pesar quase 4 quilos, o animal se destaca por sua plumagem preta brilhante, ventre castanho-avermelhado e bico vermelho adornado por uma saliência marcante.

Embora classificado atualmente como "pouco preocupante" em relação ao risco de extinção pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), o mutum-cavalo é cada vez mais afetado pela perda de habitat e pela caça ilegal em algumas regiões.

A fêmea que morreu no Museu Goeldi era considerada um símbolo do Parque Zoobotânico, onde viveu durante quase 30 anos, sendo acompanhada por visitantes, estudantes e pesquisadores que frequentam o espaço. Sua ausência foi sentida por servidores e frequentadores habituais, que mantinham um vínculo afetivo com o animal.

A confirmação de que a ave não foi vítima de gripe aviária — em um momento de alerta nacional em relação ao vírus — representa um alívio não apenas para a equipe do museu, mas para a comunidade científica e a população que frequenta o parque. A retomada das atividades acontece com reforço nas medidas de biossegurança e com o compromisso do museu de continuar vigilante em relação à saúde dos animais sob seus cuidados.