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Com mais de 110 mortos; tensão se amplia em Gaza e repercute no cenário internacional

  • Categoria: INTERNACIONAL
  • Publicação: 16/06/2025 07:59

A escalada militar entre Irã e Israel chegou neste domingo (15) ao seu terceiro dia consecutivo, aprofundando a crise regional com dezenas de ataques simultâneos e pelo menos 94 mortos confirmados — 80 do lado iraniano e 14 em território israelense. O conflito, iniciado na madrugada da última sexta-feira (13), já atinge diversas frentes e ameaça provocar um novo ciclo de instabilidade no Oriente Médio, com reflexos diretos sobre a situação humanitária na Faixa de Gaza e movimentações diplomáticas globais.

Segundo autoridades locais, equipes de resgate continuam mobilizadas em áreas atingidas nos dois países, com o número de vítimas podendo subir nas próximas horas. Sirenes de alerta soaram repetidamente em Jerusalém, Tel Aviv, Rehovot, Bat Yam e outras localidades, forçando a população israelense a se abrigar em estruturas de proteção antiaérea.

Início da ofensiva: ataques "preventivos" e retaliação

O estopim do conflito foi um ataque aéreo de Israel à infraestrutura nuclear iraniana, descrito pelo governo de Benjamin Netanyahu como uma ação "preventiva". Fontes ligadas à Força Aérea israelense informaram que os bombardeios visaram instalações consideradas estratégicas para o desenvolvimento de armas atômicas no Irã.

Como resposta, o governo iraniano lançou uma série de mísseis e drones contra o território israelense entre sexta e domingo. As cidades de Tel Aviv, Rishon LeZion, Bat Yam e Rehovot foram alvos diretos das investidas. Ainda neste domingo, o Irã confirmou ter disparado uma nova leva de foguetes contra a costa israelense, embora o sistema de defesa "Domo de Ferro" tenha interceptado a maioria dos projéteis, segundo fontes militares.

Em contrapartida, Israel intensificou os ataques aéreos em solo iraniano. O Ministério da Defesa israelense divulgou que, apenas neste domingo, foram destruídas “dezenas” de estruturas militares e nucleares, incluindo depósitos de combustível e um avião-tanque no aeroporto internacional de Mashhad, a mais de 2.300 km da fronteira israelense. Alvos de mísseis também incluíram instalações de lançamento no oeste iraniano.

Crise paralela em Gaza agrava cenário

Enquanto Irã e Israel se enfrentam diretamente, a Faixa de Gaza permanece em estado crítico. A ofensiva israelense sobre o território palestino não cessou, mesmo diante do recrudescimento do conflito com Teerã. De acordo com autoridades de saúde de Gaza, ao menos 16 palestinos morreram neste domingo, a maioria civis que aguardavam ajuda humanitária em centros de distribuição.

Segundo Mahmoud Basal, porta-voz da Defesa Civil palestina, os ataques ocorreram em diferentes regiões do território, com relatos de civis atingidos por tiros próximos a pontos de entrega de alimentos e medicamentos. No sul de Gaza, duas pessoas morreram e mais de 50 ficaram feridas durante um episódio de disparos próximo a um desses centros.

Procurado pela agência AFP, o Exército israelense afirmou “não ter conhecimento de disparos” contra civis e que está investigando os acontecimentos.

EUA e Rússia entram na pauta: Trump fala em possível envolvimento americano

No cenário internacional, o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que lidera as prévias republicanas para a eleição de 2024, afirmou em entrevista à ABC News que "é possível" um envolvimento direto de Washington no conflito. Trump também se disse aberto à mediação do presidente russo Vladimir Putin, caso as tensões se agravem.

Apesar das declarações, o governo dos EUA reiterou neste domingo que "não está diretamente envolvido nas operações militares" e que ainda busca uma solução diplomática para conter o avanço das hostilidades. Representantes de Washington afirmaram que, embora a sexta rodada das negociações sobre o programa nuclear iraniano em Omã tenha sido cancelada, esforços diplomáticos seguem em curso nos bastidores.

Clima de incerteza e alerta global

A comunidade internacional acompanha com preocupação a escalada do conflito. O Conselho de Segurança das Nações Unidas convocou uma reunião de emergência para esta segunda-feira (16), enquanto países como França, Alemanha e China emitiram apelos por cessar-fogo imediato. O temor de que o confronto se transforme em uma guerra regional ampla, envolvendo milícias aliadas ao Irã como o Hezbollah, aumenta a pressão sobre líderes globais.

A situação permanece volátil, e analistas de segurança alertam que os próximos dias serão decisivos para definir se haverá contenção ou expansão do conflito.