Escalada de tensões entre os dois países levanta temores de uma guerra regional no Oriente Médio. Defesa israelense afirma que todos os sistemas estão ativados para conter os ataques aéreos.

O Oriente Médio voltou a ser palco de um grave episódio de tensão militar nesta sexta-feira (13), após o Irã lançar uma ofensiva aérea contra Israel com mais de 100 drones. A ação é uma retaliação direta ao recente ataque atribuído ao Exército israelense que atingiu alvos estratégicos em Teerã e outras regiões do território iraniano nos últimos dias.

A informação foi confirmada pelo general Effie Deffrin, porta-voz das Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês), durante uma coletiva de imprensa realizada nesta sexta-feira. Segundo o militar, a maior parte dos drones foi lançada simultaneamente, configurando um ataque coordenado e de grandes proporções.

“Todos os nossos sistemas de defesa aérea estão plenamente ativados e operando para interceptar cada ameaça que se aproxima do espaço aéreo israelense”, declarou Deffrin, referindo-se ao complexo sistema de defesa antimísseis do país, que inclui o Domo de Ferro, a Honda de Davi e o sistema Arrow.

Israel responde com força aérea maciça

Em resposta ao ataque iraniano, Israel mobilizou uma de suas maiores operações aéreas dos últimos tempos. De acordo com o general Deffrin, mais de 200 caças foram acionados pelas forças armadas israelenses nas últimas horas.

“Essas aeronaves estão equipadas com mais de 330 tipos diferentes de munições específicas para alvos estratégicos, subterrâneos e de longo alcance”, detalhou o porta-voz, sem especificar os alvos da nova ofensiva israelense.

Ainda segundo fontes militares, os caças israelenses operam em diferentes frentes: protegendo o espaço aéreo nacional, realizando patrulhas ao longo das fronteiras e atacando posições que possam servir de base para novos lançamentos por parte do Irã ou seus aliados na região.

Contexto do conflito: ataque a Teerã e crescente instabilidade

A escalada atual ocorre após um ataque aéreo — ainda não oficialmente reivindicado por Israel — atingir instalações militares e tecnológicas próximas a Teerã, capital do Irã, e outras regiões estratégicas no início da semana. A ofensiva foi interpretada como uma tentativa de desestabilizar as capacidades militares iranianas, especialmente em meio às crescentes tensões envolvendo o programa nuclear do país e o apoio de Teerã a grupos armados como o Hezbollah, no Líbano, e o Hamas, na Faixa de Gaza.

A retaliação com drones marca uma nova fase no conflito, evidenciando a disposição do Irã em reagir diretamente contra o território israelense — algo relativamente raro no histórico das relações hostis entre os dois países, que frequentemente utilizam intermediários ou proxies regionais para seus embates.

Repercussões internacionais

A comunidade internacional acompanha com apreensão os desdobramentos. Países como os Estados Unidos, França e Reino Unido pediram contenção imediata por ambas as partes. O Conselho de Segurança da ONU convocou uma reunião emergencial para avaliar a escalada do confronto.

Especialistas temem que o atual ciclo de provocações e contra-ataques possa desencadear um conflito aberto no Oriente Médio, com potencial para envolver múltiplos países e afetar diretamente os fluxos de energia global e a estabilidade regional.

Próximos passos

Enquanto isso, autoridades israelenses mantêm-se em alerta máximo e prometeram "respostas proporcionais e firmes" a qualquer nova ameaça. Do lado iraniano, o governo afirma que continuará a agir "em legítima defesa de sua soberania".

Ainda não há confirmação sobre vítimas ou danos causados por ambos os ataques, mas fontes extraoficiais relatam movimentações de emergência em várias regiões de Israel e do Irã.

O cenário permanece volátil e imprevisível, com a possibilidade real de uma escalada ainda mais ampla nas próximas horas.